sábado, 8 de agosto de 2015

menos que um: this present moment, esse instante agora, de gary snyder

Charles Freer numa nevasca em Sierra
(mal sabia eu)

Charles Freer fez fortuna construindo vagões de trem.
Arte era do que ele mais gostava no mundo.
Comprou peças da Extrema Ásia - China - Japão -
onde tudo era barato
e fez um belo prédio de pedra para guardar as obras bem perto do pátio,
uma porção estocada no subsolo.

- Depois de duas temporadas trampando
como vigia nas North Cascades,
alguns anos no Japão,
e um montão escalando montes gelados do oeste,
acabou que fui até Washington e pedi pra ver
um pergaminho gigante sobre o qual li num livro
"Rios e Montanhas Sem Fim" ou será que era "Riachos"?
que estava com Freer. Eu queria estudar
a maneira como um artista capta
o tamanho da vastidão das montanhas,
o panorama do mundo.

Eles me deixaram desenrolar um metro por vez
e ficaram todo o tempo de olho - me deixaram tomar notas só a lápis
- acho que foram três horas.

Daí, devagar, o pergaminho foi de novo enrolado.

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