quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

com a palavra: Manuel Iris

"Pois observem, em todo caso, que o poeta a quem outros poetas 'reconhecidos' impedem de escrever o que verdadeiramente necessita, ou o poeta a quem a falta de bolsas e prêmios impede de desenvolver a poesia que lhe faz falta, ou aquele de quem o menosprezo da crítica tira o sono e assombra a pena, ou o que anda esperando arranjar tal ou qual emprego para poder se dedicar à poesia, não é poeta, senão um desorientado que está nisso pelo que não é, que não compreende a questão: um poeta se dedica a perseguir sua própria voz, e nisso deve ser insubornável e completamente autônomo. Escrever é algo que se faz com ou sem bolsas, com ou sem amigos, com ou sem apoios, com ou sem trabalho.

O poema de cada um é, precisamente, o lugar em que exerce sua liberdade. Quem permite que esta liberdade seja tomada é um fraco, e ponto.

Uma coisa é a ansiedade das influências e outra muito diferente é a paralisia lamentosa. É necessário ser sempre honesto e escrever o que se é, a partir daquilo que se é, esteja na moda ou não.

E, se não há tempo, é preciso criá-lo."



"Pues miren ustedes, en todo caso, el poeta al que otros poetas “encumbrados” le impiden escribir lo que verdaderamente necesita, o al que la falta de becas o premios le impide desarrollar la poesía que le hace falta, o al que el ninguneo de la crítica no deja dormir y le estorba la pluma, o el que anda esperando a tener tal o cual trabajo para poderse dedicar a la poesía, no es un poeta, sino un despistado que anda en esto por lo que no es, o que no acaba de entender el asunto: un poeta se dedica a perseguir su propia voz, y en esto esto debe ser insobornable y completamente autónomo. Escribir se ejerce con o sin beca, con o sin amigos, con o sin apoyos, con o sin trabajo. 

El poema de cada quien es, precisamente, el lugar en que ejerce su libertad. Quien deje que ésta le sea arrebatada es un pendejo, y punto. 

Una cosa es la ansiedad de las influencias y otra muy distinta la parálisis quejumbrosa. Siempre hay que ser honestos y escribir lo que uno es, desde lo que uno es, esté de moda o no. 

Y si no hay tiempo, hay que crearlo."

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