terça-feira, 20 de agosto de 2013

menos que um: a música agradável de bukowski


No último dia 16, Bukowski faria anos. Daí Thiago Augusto Corrêa, para o Vortex Cultural, pediu que eu traduzisse um do Buk. Fiz. Tradução maluca, aviso logo, um tanto mais experimental do que a teoria da tradução autorizaria. Mas é Bukowski. Pros diabos com a teoria.


sweet music

it beats love because there aren't any
wounds: in the morning
she turns on the radio, Brahms or Ives
or Stravinksy or Mozart. she boils the
eggs counting the seconds out loud: 56,
57, 58... she peels the eggs, brings
them to me in bed. after breakfast it's
the same chair and litsten to the class-
ical music. she's on her first glass of
scotch and her third cigarette. I tell
her I must go to the racetrack. she's
been here about 2 nights and 2 days. "when
will I see you again?" I ask. she
suggests that might be up to me. I
nod and Mozart plays.

(do Love is a Dog From Hell, publicado no Brasil pela L&PM, com a tradução abaixo, de Pedro Gonzaga)

a música suave


vence o amor porque nela não há
feridas: pela manhã
a mulher liga o rádio, Brahms ou Ives
ou Stravinsky ou Mozart. ferve os
ovos contando em voz alta os segundos: 56,
57, 58... descansa os ovos, os traz
para mim na cama. depois do café da manhã é
a mesma cadeira e ouvir a música
clássica. A mulher está no seu primeiro copo de
scotch e no seu terceiro cigarro. digo-lhe
que preciso ir ao hipódromo. ela
está aqui há 2 noites e 2 dias. "quando
voltarei a vê-la?" pergunto. ela
sugere que fique a meu critério.
aceno com a cabeça e Mozart toca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário